domingo, 27 de abril de 2014

Resenha: Vinte garotos no verão - Sarah Ockler

Vinte garotos no verão - Sarah Ockler
Autora: Sarah Ockler
Editora: Novo conceito
Páginas: 288
"Quando alguém que você ama morre, as pessoas perguntam como você está, mas não querem saber de verdade. Elas buscam a afirmação de que você está bem, de que você aprecia a preocupação delas, de que a vida continua. Em segredo, elas se perguntam quando a obrigação de perguntar terminará (depois de três meses, por sinal. Escrito ou não escrito, é esse o tempo que as pessoas levam para esquecer algo que você jamais esquecerá). As pessoas não querem saber que você jamais comerá bolo de aniversário de novo porque não quer apagar o sabor mágico de cobertura nos lábios beijados por ele. Que você acorda todos os dias se perguntando por que você está viva e ele não. Que na primeira tarde de suas férias de verdade você se senta diante do mar, o rosto quente sob o sol, desejando que ele lhe dê um sinal de que está tudo bem."
Nota: 8.0

O livro conta a história de Anna Reiley, Frankie e Matt Perino, três melhores amigos - sendo os dois ultimos irmãos - que cresceram juntos e dividem sempre os melhores momentos. Anna é apaixonada por Matt há um bom tempo - seus desejos de aniversário são que ele lhe dê um beijo - mas o mesmo nunca demonstrou interesse, até sua ultima festa de aniversário, em que se beijam pela primeira vez. A partir daí, os dois engatam um romance não muito bem resolvido, mas ambos preferem esconder de Frankie, para a proteger, Matt então promete contar em sua viagem a Califórnia, mas um imprevisto acontece, e, antes que tudo pudesse ser esclarecido ou continuado, as meninas são as únicas que sobrevivem.
A morte no livro é tratada de uma maneira muito interessante, Frankie, a irmã, se fecha para o mundo em uma bolha gigante que pode estourar a qualquer momento, dando em cima de meninos, se arrumando toda, sendo a típica garota adolescente, porém se você cutucar a bolha pode estourar. 
Já Anna, escreve cartas para Matt em seu diário, para que não o perca nunca, e ainda convive com esse segredo. Vemos que seu medo, ao longo da história, não é só Frankie saber o que aconteceu, mas perder Matt de seu pensamento.
Um ano depois, a família Perino decide fazer uma viagem á Califórnia, Anna é convidada e aceita viajar com sua melhor amiga e a família. Mas esse é um lugar especial, Matt sempre ia pra lá - ele iria antes de sua morte - e mandava cartões-postais falando sobre o mar, como você se sente pequenininho e seguro, etc. Frankie tem a brilhante ideia de fazer um jogo "Vinte garotos no verão", começa a arrumar e animar Anna, que não liga muito pra maquiagem, etc. 
Lá, as garotas conhecem alguns meninos e dois deles se destacam. Fugas. Romance. Mentiras. Aceitação. É disso que se trata o Verão californiano vivido pelas inseparáveis melhores amigas.
Anna, o tempo todo, se sente culpada por aos poucos perder Matt de seus pensamentos, Frankie acaba saindo da pose várias vezes. A amizade de ambas pode até quase despedaçar, mas não acaba.
Achei extremamente bonito o modo com que elas lidam com tudo isso, de forma que podemos trazer a história para a vida real. As pessoas lidam de formas diferentes sobre determinados assuntos, muitas colocam uma capa para se proteger, outras escrevem, cada um com seu jeito.
Adorei a diagramação das páginas e o desenho das palmeiras no inicio de cada capitulo e no final de cada página. A narrativa é bem rápida, não te puxa diretamente pra leitura, mas mesmo assim te faz querer continuar lendo, é um livro mais denso e fica mais interessante e emocional da metade em diante.
 O que mais me tocou no livro é a mensagem final de que as vezes é preciso deixar que as coisas/pessoas vão embora, e - aproveitando para citar um trecho - "as coisas não vão embora. Elas se transformam em algo diferente. Algo mais bonito." 
Citações:
"(...) Como o vidro do mar que vocês sempre me traziam. Ás vezes os coloco na mesa e os pressiono contra os meus ouvidos, tentando ouvir o oceano, tentando ouvir você. Mas você não diz nada."

"Na verdade, as coisas não vão embora. Elas se transformam em algo diferente. Algo mais bonito."

"E eu preciso me esforçar muito para não mergulhar e segui-lo até o fundo do mar, perdido em toda eternidade, como a sereia apaixonada e banida."

Um comentário

  1. Eu não tinha muito interesse neste livro,mas depois que li sua resenha bateu até uma vontade de ler kkk gostei,parabéns pelo blog.Beijos

    http://cantinhodatitania.blogspot.com

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